“ Nada mais curioso do que os hábitos. Quase ninguém sabe que os tem” (Agatha Christie). E muitas vezes é isso mesmo que acontece. O hábito faz parte de nossa vida. Aparece através de comportamentos automáticos, de repetições frequentes, que muitas vezes nem nos damos conta. É uma maneira frequente de se comportar, é estar no “piloto automático”.
Se você parar para pensar, fará uma lista enorme dos seus hábitos.
E eles surgem na nossa vida como uma tentativa do cérebro de se poupar. Quando um hábito surge, o cérebro pára de tomar decisões, e se poupa para ser usado para outra coisa. Um exemplo claro é quando aprendemos a dirigir, e devemos prestar atenção a todas as ações (embreagem, seta, breque…), e após um tempo, chegamos ao nosso destino sem nem pensar o caminho, nem sabendo como chegamos lá, não é mesmo? É muita informação no dia-a-dia, então criamos padrões para economizar o uso do cérebro.
E os hábitos podem ser bons ou ruins – o cérebro não sabe a diferença entre os ruins (que nos seguram, dificultando o chegar à nossa meta) e os bons.
Mas podemos muda-los e conforme o fazemos, mudamos nosso cérebro também. É a chamada neuroplasticidade do cérebro, e isso pode ser visto até nos exames. Novos hábitos podem ser cultivados. E isso é importante, porque fazemos as coisas sem questiona-las, e muitas de nossas ações podem não ser decisões, mas hábitos.
E qualquer hora é hora de mudar, de fazer novas escolhas para a sua vida, escolhas positivas.
Mas mudar hábitos pode parecer muito difícil, mas é preciso sair da zona de conforto, mesmo com um pouco de medo que isso possa nos causar, não é mesmo?
Acreditar que a mudança é possível e que a vida nova depende só de você, é fundamental. Fazer em pequenos passos. Construir hábitos para atingir metas.
Não sei o que você gostaria de mudar, mas sei que o potencial para isso está aí dentro de você. Eis algumas dicas:
1. Pense no seu dia-a-dia e faça uma pequena lista sobre si mesma. Coloque a sua rotina. Isso te ajudará a ter consciência do que realmente faz ou deixa de fazer. Talvez perceba que já faz coisas que não valoriza e outras que gostaria que fossem diferentes.
2. Para uma vida saudável, sabemos a importância de tomar água, mas muitas pessoas não possuem esse hábito, não bebem o suficiente. Que tal deixar uma garrafa ou copo com água na sua mesa de trabalho, sempre à mão? Comer amêndoas também faz bem. Um saquinho com algumas, na bolsa, não ocupa espaço.
3. Hoje muito se fala do Mindfulness e da meditação, ter a atenção plena. Então, fique em silêncio por alguns minutos todos os dias. Isso é possível, mesmo dentro da nossa correria diária. Procure um canto em sua casa, no trabalho, sente-se, respire, e fique apenas com você mesma. Quer ler um livro? Programe-se para x páginas por dia, quer correr? Comece caminhando.
4. Mal do século (mas muito importante, eu sei): celulares. Estamos sempre conectados, e perdemos momentos importantes. Desligue seu celular em momentos em que está com a família, num jantar, ou alguma outra situação importante para você. Esse é um hábito que todos deveríamos ter: desconectarmos por algum tempo.
5. Talvez você esteja focando no “fazer”, nas tarefas a cumprir, nos filhos, na casa, numa infinidade de coisas, e esteja deixando de lado os relacionamentos. Mantenha contato com amigos, programe-se para telefonar (não é mandar mensagens) uma vez por semana, encontrar amigos uma vez por mês,…
6. Planeje seu dia, sua semana, e coloque na sua agenda (ou planner), a mudança que quer que aconteça. A mudança deve ser feita na rotina. Visualizar a sua semana ajuda a ver onde está o que precisa ser feito
7. Faça algo diferente, se reinvente.
Tenha metas, organize-se, e as mudanças acontecem, os hábitos mudam, seu comportamento e sua vida mudam. Afinal, somos o resultado daquilo que fazemos todos os dias.
O que você vai escolher colocar na sua vida? E o que vai tirar? Afinal, é você que escolhe como vai viver.
Lêda Zoéga Parolo – Psicóloga e Coach de Saúde e Bem-Estar.