“Nossos adolescentes estão perdidos” – frase bastante usada hoje em dia e que na realidade expressa muito mais do que se pensa. Estão perdidos porque querem muito e não sabem o que querem; não querem seguir o modelo dos pais e não sabem qual modelo seguir; agridem, porque não sabem como reagir; perdidos, porque não sabem fazer escolhas. E neste mundo consumista se perdem ainda mais.
A adolescência é um período visto pelos pais como conturbado, difícil e que, no entanto, é muito rico. É o momento da descoberta de si mesmo pelo adolescente, uma época de mudanças contínuas.
Os pais se sentem enlouquecidos com as transformações que acontecem com aquele filho que antes era companheiro nas visitas da família, comia o que lhe davam, ia aonde eles, pais, queriam. O então pai herói, o ser perfeito, agora é visto como “ridículo”.
O adolescente está constantemente em dúvida, em meio a tudo que para ele é novo: as mudanças que se operam no seu corpo, o próprio mundo que se abre com tantas opções e exigências vindas de todas as áreas, que exigem dele adaptações para as quais ele não se sente preparado. O adolescente sente falta de limites, embora aparentemente se rebele contra eles. São esses limites que lhe dão a sensação de segurança. Afinal, de alguma forma, alguém está se preocupando com ele. Sentindo-se o centro do mundo, ele testa tudo e todos mas, havendo respeito pela sua maneira de ser, por parte do adulto, não é difícil entrar em contato com ele.
Sabe-se que existem atritos entre o adolescente e os adultos que se relacionam com ele, porém, são atritos que o levam ao crescimento e ao enriquecimento de suas experiências. É o momento em que o adolescente necessita ser ouvido. O adulto não deve medir forças frente ao adolescente, mas apresentar-lhe argumentos para seus pontos de vista, além de aprender a ouvi-lo, pois o adolescente possui uma riqueza grande em termos de ideias diferentes que precisam ser consideradas. O adolescente não quer simplesmente ser controlado, porém, muitos pais querem exercer o controle, o que faz com que eles, pais, percam a chance de interagir com seus filhos e conhecê-los melhor. Conhecendo-os melhor, há a possibilidade de orientação mais adequada e consecução de resultados mais positivos. E é a família que transmite as mensagens basicamente mais fortes com as quais o adolescente vai se estruturar para saber dizer “sim” ou “não” nos momentos de sua vida.
E por que eles andam em grupos? Porque em grupos eles se sentem fortes, testam tudo, veem os amigos como confidentes, e é com esses grupos que eles vão aprender muitas regras, o que é importante para seu desenvolvimento.
Outros elementos presentes na adolescência são os extremos – ora muita alegria, ora muita tristeza. Hoje, há muitos casos de depressão e suicídio de adolescentes, assim como problemas por excesso de peso ou o outro extremo, anorexia nervosa e bulimia. Em muitos desses casos percebe-se que, “viver como adolescente” não está sendo fácil.
Momentos como esses fazem parte da adolescência, mas causam preocupação quando esses aspectos bloqueiam o caminho do adolescente. Este obstáculo deve ser trabalhado para que ele possa continuar sua caminhada. Nesse momento uma ajuda é a terapia onde o adolescente vai ter espaço para se colocar, se expor, poder ter uma consciência maior do que está acontecendo com ele, e receber ajuda para passar por essa fase.
O adulto deve estar aberto e sempre pronto a escutar esse adolescente que busca um papel definido na família e na sociedade e que também deve ser visto como capaz de ser carinhoso e companheiro. Ele quer e tem direito a um espaço próprio e os pais devem estar preparados para orientá-lo.
Villa Vita – Clínica Médica e Odontológica
(11) 3832-1062 / 1063 ou 9 4744-5642