Vamos pensar um pouco sobre o hábito de mascar chiclete fazendo uma breve volta ao passado. O chiclete é produzido a partir da seiva ou látex de uma espécie de árvore chamada Sapota, o sapotizeiro. A origem do costume de mascá-lo tem diversas teorias. Alguns historiadores apontam que tudo começou no que é hoje a Guatemala, na América Central, enquanto outros dizem que foi com a civilização maia, no atual território do México. Também há indícios de que a gênese milenar remontaria à Grécia Antiga, onde o hábito teria se desenvolvido com o intuito de limpar os dentes e eliminar o mau hábito.
Chegando aos nossos dias, sabemos que o chiclete, desde que seja sem açúcar, pode ser vantajoso à higiene bucal. Ele estimula a salivação em até dez vezes, aumentando a lubrificação local e neutralizando os ácidos produzidos pelas bactérias que causam cárie. Dessa forma, promove uma limpeza mecânica na boca.
Nesse sentido, é importante observar no rótulo da goma de mascar se ela contém xilitol ou sorbitol. Na presença desses adoçantes, as bactérias não conseguem fazer a fermentação como acontece normalmente com o açúcar. Sorte dos dentes.
Alguns remédios para controle da pressão arterial e da depressão, por exemplo, podem causar o que chamamos de xerostomia, ou seja, boca seca. Nesses casos, o chiclete pode ser bem-vindo, uma vez que instiga a produção de saliva e umedece a cavidade bucal, o que é importante para manter a saúde dos dentes e da gengiva.
Texto: Associação Brasileira de Odontopediatria
Dra. Karla Mayra Rezende é cirurgiã-dentista e membro da Câmara Técnica de Odontopediatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)