O desenvolvimento do feto na barriga da mãe passa por vários períodos importantes e é lá dentro do útero que o bebê começa a trabalhar alguns sentidos essenciais, como a visão e a audição.
Na 21ª semana de gestação, o feto já apresenta um desenvolvimento quase completo do seu aparelho auditivo, o que o torna capaz de identificar sons internos e externos. Por esse motivo, tudo que é falado ou tocado para o bebê a partir dessa semana pode ser identificado e memorizado por ele.
É claro que a grande maioria dos sons que estimulam a via intrauterina são provenientes da mãe, como a sua pulsação cardíaca, a sua circulação periférica, os movimentos do estômago e do intestino e até a sua respiração e os seus passos.
Mas isso não significa que os sons externos não tenham influência na formação do bebê. Alguns especialistas acreditam que a música pode ajudar no desenvolvimento do feto e, por isso, estimulam a utilização de técnicas e terapias sonoras durante esse período. Saiba mais sobre a influência da música na gestação:
Os benefícios da música na gestação
Ouvir música na gestação traz inúmeros benefícios para o bem-estar da mamãe e do bebê e, ainda, pode auxiliar no desenvolvimento do feto e dar início ao vínculo entre a criança e os país. A seguir, listamos as principais vantagens de se escutar música durante a gravidez. Confira:
Aumenta a atividade cerebral da criança
Alguns especialistas já observaram um aumento de atividade cerebral do feto quando uma música é tocada para eles.
Como a criança tem o aparelho auditivo formado ainda no começo da gestação — sendo esse o primeiro sentido desenvolvido por ela — pode ser interessante já começar a estimular o bebê com sons e músicas que os pais julguem como calmos e relaxantes.
Ainda não é comprovado cientificamente, mas estudos realizados em vários locais do mundo têm apontado para uma relação entre a estimulação musical na gestação e o melhor desenvolvimento cognitivo, emocional e de conduta do bebê após o seu nascimento.
Pode melhorar a qualidade de vida da mãe e do bebê
A música para o neném pode também fazer muito bem para a mãe. Quando o bebê assimila o som que está sendo tocado, uma sensação de tranquilidade e conforto é produzida, deixando-o mais calmo e, consequentemente, a mãe experimenta menos sintomas de desconforto.
Muitos profissionais acreditam, inclusive, no poder da música para ajudar a eliminar cólicas e outros sintomas desagradáveis que ocorrem na gestação.
Para tornar a experiência ainda mais prazerosa, o mais indicado é transformar essa prática em um momento em que os pais escutam músicas, selecionadas por ambos, ao mesmo tempo em que conversam e trocam carinho com o bebê.
Promove o bem-estar da mamãe
Gestantes que têm o costume de escutar música por pelo menos 30 minutos durante o dia conseguem melhorar sintomas de ansiedade, depressão, estresse, angústia, insônia e hipersensibilidade, muito comuns na gravidez.
Isso acontece porque a música tem o poder de influenciar física e mentalmente uma pessoa. Ela aumenta a secreção de hormônios relacionados ao bem-estar, promovendo o relaxamento e estimulando uma sensação de alegria. Ela também eleva a autoestima, fazendo com que a mulher se sinta mais bonita e atraente.
Esse bem-estar promovido pela música auxilia a gestante a passar pelas tensões e problemas característicos desse período, além de prepará-la melhor para as novidades que são experimentadas nessa etapa. Como consequência, a gravidez torna-se mais serena, assim como a possibilidade de um parto mais tranquilo.
Para tanto, o ideal é apostar em músicas que as façam bem e as deixem mais tranquilas. Nesse sentido, se ela não gosta do estilo, não adianta colocar música clássica só porque todos dizem que o ritmo é benéfico. Se assim for feito, a experiência da gestante não será prazerosa e a música não terá efeito algum.
Cantar pode ajudar a aproximar os pais da criança
Não são somente as músicas gravadas em estúdio que são boas alternativas para estimular o desenvolvimento cerebral do seu filho: as músicas cantadas também influenciam bastante a criança que está por vir.
E o melhor de tudo é que, além de estimular, cantar para o bebê também é uma maneira de já ir inserindo o seu tom de voz na rotina da criança, aproximando significativamente a relação entre vocês. Além disso, a voz da mamãe deixa o bebê mais tranquilo e seguro, visto que ela é o primeiro tom reconhecido por ele.
E não é só a gestante que deve experimentar essa atividade: o pai também pode se aventurar nesse mix de estímulos sonoros e reconhecimento de vozes. Cantar para o seu neném pode ser uma experiência única, especialmente se ele corresponde com algum movimento dentro do útero.
O resto da família também pode se unir ao papai e à mamãe na cantoria e, caso alguém saiba tocar qualquer tipo de instrumento musical, o som será muito bem-vindo para o bebê.
Pode se transformar em uma atividade física prazerosa
Quando a gestante escolhe ouvir aquilo que lhe dá prazer, naturalmente, ela entra no clima da música e começa a dançar.
Como já é sabido por muitas pessoas, a dança é uma excelente opção de atividade física aeróbica. Nesse contexto, ela melhora a circulação sanguínea, controla o peso e ajuda no alongamento, além de evitar o surgimento de doenças cardiovasculares — como a hipertensão arterial, por exemplo — e promover uma grande sensação de prazer.
Dessa forma, ouvir música na gravidez e dançar ao mesmo tempo acaba se transformando em um exercício físico muito animado.
Acalma o bebê após o seu nascimento
As músicas escutas na gestação podem ser utilizadas como uma excelente ferramenta após o nascimento do bebê. Isso porque alguns especialistas têm indicado que aquelas músicas ouvidas com maior frequência enquanto o bebê ainda estava dentro do útero poderão ser reconhecidas pela criança no futuro, visto que elas carregam uma memória auditiva de até 4 meses retrospectivos.
Dessa forma, após o nascimento, ao escutar e reconhecer a música, o bebê sente-se mais relaxado, confortado e seguro. Como consequência, fica mais fácil reduzir as suas cólicas, fazer com que ele durma melhor e descanse adequadamente.
Saiba como escolher e tocar as músicas para seu filho
Agora que você já compreendeu a importância da música na gestação, é importante saber que tipo de música escolher e qual a melhor maneira de tocá-las para o seu bebê, de forma a explorar os benefícios máximos desse artifício durante a gravidez. Confira!
Entenda como escolher o melhor repertório musical
Na hora de escolher as músicas, não há certo e errado, o importante é que a gestante goste do que está ouvindo para que se sinta bem. Esse fato é fundamental para provocar mudanças na respiração e nos batimentos cardíacos da grávida, que, por sua vez, são transmitidas ao bebê. Caso contrário, a atividade deixa de ser prazerosa ou relaxante e torna-se uma obrigação entediante e chata.
Entretanto, o bom senso é sempre bem-vindo! Apesar da criança já conseguir identificar boa parte dos sons emitidos, isso não significa que ela responda bem a qualquer tipo de música. Por esse motivo, os estilos musicais mais indicados para o bebê são os que transmitem calma, como a música clássica, os sons de natureza — água e chuva, por exemplo —, cantigas de ninar e, até mesmo, músicas espirituais, utilizadas em sessões de relaxamento e em aulas de yoga.
Músicas muito agitadas ou com muitas letras e combinação de sons, como o rock, o pop, o hip-hop e as eletrônicas, podem não ser bem recebidas pelo bebê, já que são mais agressivas ao aparelho auditivo recém-formado.
Assim, por mais que você queira que seu filho tenha gostos musicais semelhantes aos seus, não deve se esquecer que durante os meses de gestação é melhor prezar pelo conforto e tranquilidade de ambos: mãe e filho.
Veja qual é a melhor maneira de tocar o repertório escolhido para o bebê
Antes de tudo, é importante salientar que não é necessário colocar o volume da música muito alto para que o bebê possa ouvi-la, visto que o líquido amniótico é um ótimo condutor de ondas sonoras.
Seguindo esse mesmo raciocínio, não há necessidade de colocar fones de ouvido na barriga para que a criança escute a música. Essa prática, inclusive, não é recomendada, tendo em vista que a proximidade entre as caixas de som e a barriga pode fazer com que o volume da música fique muito alto, gerando uma hiperestimulação do bebê, que pode incomodá-lo.
Segundo a Academia Americana de Pediatria, estudos indicam que a exposição prolongada a sons de volume muito elevado pode provocar parto prematuro, baixo peso ao nascer e algum tipo de perda auditiva.
Dessa forma, um volume moderado, nem tão baixo e nem tão alto, ou seja, até 65 decibéis — volume de uma música ambiente — é o suficiente para que o bebê ouça sem que haja prejuízos para o seu bem-estar e a sua saúde. Mas se a música for tocada por muito tempo, o ideal é mantê-la abaixo 50 decibéis.
Link da matérica: http://www.cordvida.com.br/blog/entenda-a-influencia-da-musica-na-gestacao/