A CRISE DOS 2 ANOS: 1ª VERSÃO DA ADOLESCÊNCIA
A fase conhecida como a ADOLESCÊNCIA DO BEBÊ, ocorre dos 18 meses aos três anos de idade, podendo, em alguns casos se estender até os 4 anos.
Sinais da crise:
Nessa fase as crianças tendem a mudar o seu comportamento, apresentando maior ocorrência de birras, sempre que sua vontade é contrariada, seja no ambiente familiar, ou escolar.
Há uma frequência nos comportamentos de irritação, mau humor, choros, gritos, agressividade contra os outros e contra si, bem como a presença constante da palavra “não” no vocabulário da criança, principalmente em situações onde a sua vontade é contestada, buscando de alguma forma “ inconsciente”, contradizer os pais.
Contudo, nem todas as crianças passam por esta fase, embora todas estejam sujeitas, uma vez que esta crise também se associa ao desenvolvimento normal da criança.
Neste período, algumas mudanças importantes estão ocorrendo, como:
Um abrupto desenvolvimento cerebral, interferindo em processos intelectuais importantíssimos para a criança;
Há o aumento considerável na competência linguística, na organização do pensamento e na capacidade de exploração do mundo, que auxiliam na percepção de autonomia e independência para descobrir o mundo que a cerca e tomar decisões ao seu modo, interferindo nesse mundo de acordo com sua vontade;
Nesse período é possível evidenciar um processo de maturação emocional.
De acordo com estudos é possível minimizar estes comportamentos, dentre eles se destaca:
- Atentar-se para as reais necessidades de rotina da criança. A sobrecarga de atividades (creche, curso, atividades físicas) tende a gerar uma superestimulação, que pode prejudicar o convívio social, aumentando a probabilidade de crises e birras;
- Em qualquer sinal de frustração na realização de atividades ao longo do dia, ainda que seja o simples manejo de um brinquedo, é importante que os pais encoraje-o a continuar, com zelo e carinho. Oferecer ajuda, nestes casos, pode ser uma atitude que faz a diferença;
- Encorajá-lo a realizar tarefas por si só, desde que estejam de acordo com aquilo que é possível que ele mesmo faça, bem como estimular que ele realize escolhas, ainda que as opções sejam ditadas e limitadas pelos pais. Isto pode ser traduzido como incentivo à independência, desde que se realize de forma coerente. Ofereça uma opção de escolha para a criança, mesmo que seja limitada, para dar a sensação de controle e escolha para a criança (Você prefere tomar banho agora, ou depois de lermos esse livro? Qual dessas duas roupas você prefere vestir?);
- Negociar somente o que for passível de negociação, ou seja, algo que não coloque a criança em situação
vulnerável (ceder andar banco da frente do carro, não sentar na cadeirinha, andar sem cinto de segurança,
são exemplos que não devem entrar em negociação); - Mantenham-se calmos, pois, duas pessoas irritadas, definitivamente não vai melhorar a situação;
- Sejam compreensivos, mesmo que não ceda às exigências do seu filho não significa que não possa entender o porquê dele estar alterado. Dessa forma, deve-se abaixar à altura da criança e conversar olhando nos olhos;
- Não reforce o mau comportamento. Por mais que seja difícil suportar os gritos e birras, o não reforçamento diminuirá a frequência com que o comportamento ocorre. Da mesma maneira, deve-se reforçar quando ele tiver um bom comportamento;
- Descarte as palmadas, tapas, puxões de orelha ou qualquer outro comportamento agressivo para tentar conter uma birra, geralmente a agressão física é ineficaz e pode até levar a criança a causar mais danos;
- Antes de sair, converse com o seu filho e o contextualize sobre o passeio. Se for supermercado, por exemplo, diga como espera que ele aja, o que ele poderá pegar para si e comunique sobre as consequências para o seu mau comportamento;
- Os pais precisam combinar que ações serão tomadas durante as birras e procurar agir em equipe, ou seja, seguir a mesma linha de pensamento, para não correr o risco de um desautorizar o outro, podendo gerar confusão na criança do que é certo e errado;Enfim, seja flexível, conheça os ritmos naturais da criança, o que ela gosta e o que ela não gosta e seja coerente ao fazer cumprir o que é necessário, ofereça limites seguros para ser o porto seguro da criança, ao qual ela possa descobrir o mundo sentindo-se apoiada pelos seus pais.
Dica para os pais:
É de suma importância que os pais estejam sempre por perto para mostrar-lhes o caminho. É uma fase difícil, mas não será a última que seu filho passará. Ser capaz de compreender seus sentimentos, mesmo que confusos e estar ao seu lado o ajudará a superar essa e qualquer outra dificuldade que possa vir a passar durante as novas fases que enfrentarão em suas vidas.
***Esse material é meramente informativo e não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.Psicóloga Ivana Freitas de Oliveira
CRP/ SP 127776