Na gravidez normal, as náuseas e os vômitos costumam surgir ao redor da quarta semana — contada a partir do último período menstrual –, e aumentar de intensidade até atingir o pico na nona semana, aproximadamente. Em 90% dos casos, o quadro regride quando a gestação atinge 20 semanas.
Os sintomas são menos frequentes nas mulheres mais velhas, nas multíparas e nas fumantes. A presença de náuseas e vômitos na gestação está associada à diminuição do risco de aborto.
Embora as causas das náuseas e dos vômitos sejam pouco claras, o fato de estarem presentes na mola hidatiforme, processo no qual não existem tecidos fetais, apenas placentários, sugere que o estímulo responsável pelo aparecimento dos sintomas tenham origem na placenta.
A constatação de que fumantes apresentam menos náuseas e vômitos, pode ser explicada pelo menor tamanho da placenta associado ao cigarro.
A evolução está diretamente relacionada com os níveis sanguíneos de beta-HCG (a gonadotrofina coriônica que o teste para comprovar gravidez detecta na circulação): quanto mais alto estiverem, maior a intensidade dos sintomas.
A explicação mais aceita é a de que a gonadotrofina coriônica estimularia os ovários para produzir estrogênio, hormônio causador dos enjoos. Mulheres com mola hidatiforme, gestações gemelares e aquelas com níveis sanguíneos de beta-HCG mais elevados correriam risco mais alto de apresentar os sintomas.
A sintomatologia pode ser aliviada evitando perfumes, suplementos vitamínicos e os alimentos que disparam os enjoos, principalmente os gordurosos ou muito condimentados, e os comprimidos de ferro.
A experiência mostra que dividir as refeições diárias de modo a torná-las mais frequentes e menos volumosas, e ingerir líquidos nos intervalos pode ajudar. Manter bolachas de água e sal no criado-mudo para evitar períodos longos com o estômago vazio, também.
Como podem atravessar a barreira imposta pela placenta e chegar à circulação fetal, nenhum medicamento deve ser ingerido sem ouvir o obstetra.
fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/