Pesquisas indicam que metade das pessoas não sabe que tem bruxismo. A maioria só descobre quando vai ao dentista. Aprenda a identificar os sintomas e conheça o que há de mais novo no tratamento dessa disfunção
O dado é alarmante: 40% da população brasileira sofre de bruxismo e outros problemas na articulação da mandíbula. O pior: metade dos brasileiros nem sabe. Os sintomas não são claros para todas as pessoas, de todas as idades. O diagnóstico também não é tão simples e muitos fatores devem ser levados em conta para indicar o melhor tratamento.
A maioria das pessoas que contrai a mandíbula e que range os dentes não percebe que esse ato é involuntário. De acordo com a Dra Juliana Lembo, dentista da clínica Villa Vita, muitos só descobrem o ranger dos dentes durante o sono porque acordam o companheiro com o barulho. “Às vezes a pessoa acorda com dor de cabeça e na mandíbula. Nem desconfia que é por causa do bruxismo, até que alguém faça o alerta”, explica.
Causas do bruxismo
O ato de ranger os dentes à noite nem sempre é causado só pelo estresse ou ansiedade. O bruxismo da noite tem causas associadas aos distúrbios do sono. Isso inclui apnéia obstrutiva do sono. “Ou seja, não podemos dizer que esse problema é odontológico. O fator de risco não é dentário, mas reflete na área odontológica”, explica a Dra Juliana.
A presença de problemas neurológicos ou uso de medicamentos podem induzir ao bruxismo. Com características muito diferentes, temos também o bruxismo da vigília (nome para o bruxismo que fazemos acordado) que pode estar relacionado à tensão que o paciente está sofrendo ao longo do dia. Controlar o ato de apertar os dentes é igualmente difícil ao de tentar não ranger durante a noite, pois também é um ato involuntário.
Como descobrir se eu tenho bruxismo?
A Dra Juliana explica que é preciso investigar com detalhes a vida e a rotina do paciente para tentar identificar a causa do bruxismo. Fatores emocionais e até a personalidade do paciente também contribuem para o problema. Pessoas com um perfil muito competitivo geralmente são mais ansiosas e propensas a desenvolverem o bruxismo.
“Em média, uma consulta para identificar o problema leva quase duas horas”, afirma a Dra Juliana. O diagnóstico é composto por vários fatores. Inclusive pelo relato do paciente, que é superimportante para elaborarmos um cenário. “Fazemos uma avaliação intrabucal para avaliar a condição dos dentes, se há algum sinal neles”, ela completa.
Quais são os sintomas do bruxismo?
Dor nos dentes e na mandíbula ao acordar pode ser um sinal de bruxismo. Mas, de acordo com a Dra Juliana, não para por aí. “Se o paciente apresentar sensibilidade no dente, retração e inflamação da gengiva, isso também pode ser um sinal causado pelo ranger ou apertar dos dentes”.
Se você estiver sentindo dor muscular, no ouvido, dor nas articulações, dor facial, desgaste nos dentes, há grande chance de estar realizando algum tipo de bruxismo.
Veja se você tem sintomas de bruxismo
Você tem algum problema na articulação da mandíbula? A Academia Europeia de Disfunção Crânio Mandibular desenvolveu um teste para ajudar as pessoas a identificarem os sintomas. Se você responder “sim” a alguma das perguntas abaixo, procure um dentista para uma análise mais detalhada.
- Você sente dor quando abre a boca ou quando mastiga? Ocorre mais de uma vez por semana?
- Sente dor na face, têmporas, articulação temporomandibular ou maxilares? Observe se também ocorre mais de uma vez na semana.
- Ao abrir a boca, você já teve a mandíbula presa ou travada de forma que não abrisse completamente a sua boca?
- Tem dor de cabeça mais de três dias por semana?
Como tratar o bruxismo?
Os sintomas causados pelo bruxismo podem ser controlados e amenizados. No geral, o tratamento para essa disfunção é multidisciplinar. Envolve mudanças no estilo de vida do paciente. “A primeira coisa que fazemos é tirar o paciente da crise, do quadro agudo de dor”, afirma a Dra Juliana. O uso da placa de mordida também pode aliviar um pouco a dor e funciona como um protetor do impacto dos dentes.
Algumas terapias alternativas costumam trazer resultados satisfatórios no tratamento do bruxismo:
Terapia Cognitiva, Biofeedback, Dry Needling
É uma técnica que utiliza agulha de acupuntura para estimular os músculos que estão tensionados pela falta de irrigação de sangue, causando dores ao paciente. Assim que a região volta a receber o fluxo sanguíneo, os nódulos de tensão desaparecem.
Laserterapia
A aplicação do laser de baixa intensidade promove um alívio da dor e reduz a inflamação dos tecidos.
TENS
É conhecida como eletroterapia, uma técnica não-invasiva. Ela estimula os pontos de dor promovendo o relaxamento do músculo. Os eletrodos são colocados na superfície da pele e emitem sinais ao cérebro. Isso libera endorfina. O alívio da dor é percebido quase que imediatamente.
Toxina botulínica (popularmente conhecida como Botox)
É uma ferramenta final, quando outras formas de tratamento já foram utilizadas. A sua função é tentar controlar ou reduzir a atividade muscular da mandíbula. Em outras palavras, o músculo não recebe a mensagem para contrair. Os resultados são percebidos na primeira semana, porém o efeito dura de quatro a seis meses. Após esse período, é preciso reaplicar.
Dicas
– Não espere o problema se agravar. Se você percebeu que está rangendo ou apertando os dentes, marque imediatamente uma consulta com o especialista. Quanto mais cedo você tratar, menos consequências vai sofrer.
– Evite mascar chicletes. Esse hábito provoca ainda mais tensão na mandíbula, o que pode agravar ainda mais o quadro de bruxismo.
– Procure não consumir bebidas com alto teor de cafeína (refrigerantes, café e energéticos) à noite. Troque-as por um chá suave. Evite ainda alimentos como chocolate, principalmente à noite, para não atrapalhar o sono.
ATM e DTM: o que é isso?
Você com certeza já ouviu falar de ATM e DTM, mas qual a diferença entre os dois?
ATM é a articulação que movimenta a boca. Ela fica na frente do ouvido. Já DTM é um conjunto de problemas que envolvem a articulação. Por exemplo, desgaste, travamento, entre outros. O bruxismo não pode ser considerado DTM porque o ranger ou apertar dos dentes está fora da função da articulação.
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