A respiração é uma função vital e tem como principal papel levar oxigênio às células e remover o excesso de dióxido de carbono resultante das reações celulares do nosso corpo. Quando ela é realizada de forma correta, isto é, por via nasal, o ar é purificado, filtrado, aquecido e umidificado antes de chegar aos pulmões.
Desta forma, a respiração nasal propicia qualidade ao ar inspirado, protegendo as vias aéreas, favorecendo o posicionamento correto e o funcionamento equilibrado dos órgãos fono-articulatórios.
A respiração pode deixar de ocorrer pela cavidade nasal na presença de obstáculos que impeçam ou dificultem a passagem do ar pelas vias aéreas superiores. Sempre que for observado algo dificultando a respiração nasal, é importante a procura por um médico otorrinolaringologista para que ele avalie o porquê da dificuldade. Ele definirá a conduta otorrinolaringológica e, caso a cavidade nasal tenha condições de desempenhar suas funções, ainda que inicialmente limitadas, geralmente encaminha para avaliação e terapia fonoaudiológica para que a respiração nasal possa ser retomada. É sabido que nos casos de alergias, deve-se aproveitar ao máximo os períodos de ausência de crise para a estimulação da respiração nasal, buscando-se um espaçamento cada vez maior entre os episódios de congestão ou obstrução.
Muitos perguntam… e se eu respirar pela boca, não dá na mesma? E a resposta é NÃO… Pela boca não tratamos o ar, como pelo nariz… Na boca, o ar não é umidificado, aquecido e filtrado como é quando a respiração ocorre pelo nariz e as trocas gasosas são muito menos efetivas para o organismo em função disso…
Ao passar pelo nariz, o ar segue pela faringe, laringe, traquéia e chega aos pulmões por meio dos brônquios, bronquíolos e alvéolos. As trocas gasosas são efetuados nos alvéolos. Quanto mais para a base dos pulmões conseguirmos levar o ar, mais eficiente será o trabalho realizado por eles. Infelizmente o stress e a correria do dia a dia vai deixando marcas em nosso corpo e a tensão muscular envolvendo a musculatura respiratória é uma dessas marcas. Acumulamos tensões que dificultam a livre movimentação da musculatura respiratória (intercostal, abdominal, diafragmática) e, muitas vezes, respiramos usando apenas os ápices dos pulmões, ou seja, sua parte superior, que por sinal é bem reduzida. Sendo assim, é comum termos a sensação de que falta ar quando fazemos uma respiração predominantemente superior. Além disso, na tentativa de compensar a diminuição da movimentação da parte média e inferior do pulmão, usamos, frequentemente, outros músculos de forma compensatória, tensionando e aumentando o tônus muscular da região cervical e orofacial. Você consegue imaginar o impacto que uma respiração oral ou mista podem causar na produção da voz, na movimentação mandibular, na fala, na mastigação, na deglutição, na postura habitual de repouso dos lábios e da língua, na oxigenação do corpo, na cognição e na prática esportiva? Falarei sobre esses aspectos em