O que é a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?
A deficiência de hormônio do crescimento (DGH) na vida adulta (DGHA) é uma doença pouco comum, mas que pode trazer muitos problemas ao seu portador. Estima-se que sejam diagnosticados, no mundo, 1 caso/ 100.000 habitantes ao ano.
Quais são as causas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?
As principais causas de DGHA são tumores na região da hipófise, glândula cerebral responsável pela produção do hormônio, e/ou seus tratamentos. Também ocorre em pacientes com DGH diagnosticada na infância. (Alguns pacientes com DGH na infância podem normalizar os níveis do hormônio na vida adulta – provavelmente, a deficiência era leve e a quantidade de hormônio passa a ser suficiente quando adultos).
Quais são os sintomas da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?
As manifestações clínicas da DGHA são:
– alteração da composição corpórea, com aumento da proporção de massa gorda e diminuição da massa magra (muscular)
– diminuição da massa óssea, com osteopenia/ osteoporose
– comprometimento do bem-estar psicológico
– diminuição da função renal
– diminuição do gasto energético basal do organismo, com maior facilidade de ganho de peso
– diminuição da capacidade de exercício, cansaço fácil
– aumento da resistência à insulina, com risco de diabetes
– aumento dos fatores de risco cardiovascular
Como é feito o diagnóstico da deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?
O diagnóstico da DGHA é feito com testes para estimular a secreção do hormônio. Os níveis de GH, IGF1 e IGFBP3 são dosados no basal e após o teste (existem várias formas de ser feito, em laboratórios especializados). No basal, os valores podem não distinguir indivíduos normais ou afetados.
Qual é o tratamento para a deficiência de hormônio de crescimento na vida adulta?
O tratamento é a reposição do hormônio. O medicamento é injetável e deve ser usado diariamente. Inicia-se com dose baixa e cada paciente tem sua dose individualizada, de acordo com os níveis de IGF1. Os benefícios da reposição devem ser analisados de maneira crítica e individualizada, pois nem todo o paciente apresentará benefício suficiente para justificar o tratamento.
Para avaliar a eficácia clínica do tratamento, os principais parâmetros são a avaliação da composição corpórea, da densidade mineral óssea, do desempenho cardíaco, de fatores de risco cardiovascular e da qualidade de vida. A maioria dos pacientes refere benefícios após três meses de tratamento.
Em indivíduos com DGHA que não façam reposição do hormônio, a atividade física pode melhorar a composição corpórea, a capacidade cardiovascular e o bem-estar psicológico.
Dra. Patricia Baines Gracitelli
Endocrinologista e Metabologista