A respiração é uma função vital e tem como principal papel levar oxigênio às células e remover o excesso de dióxido de carbono resultante das reações celulares do nosso corpo. Quando ela é realizada de forma correta, isto é, por via nasal, o ar é purificado, filtrado, aquecido e umidificado antes de chegar aos pulmões. Desta forma, a respiração nasal propicia qualidade ao ar inspirado, protegendo as vias aéreas, favorecendo o crescimento e desenvolvimento orofacial, bem como o posicionamento correto e o funcionamento equilibrado dos órgãos fonoarticulatórios.


A respiração pode deixar de ocorrer pela cavidade nasal na presença de obstáculos que impeçam ou dificultem a passagem do ar pelas vias aéreas superiores. As repercussões causadas pela respiração bucal ou mista (nasal e bucal) por médio e longo prazo são muito difundidas na literatura científica. O desequilíbrio entre os tecidos muscular, ósseo e dentário que ocorrem no respirador bucal repercutem diretamente no desenvolvimento da face e oclusão, principalmente nos indivíduos em crescimento e desenvolvimento. Estudos mostram que mais da metade das crianças em idade escolar apresentam respiração bucal ou mista. Sem que a respiração nasal ocorra, os lábios, a língua, a mandíbula, a cabeça e o corpo como um todo precisam se posicionar de forma a permitir o fluxo aéreo pela cavidade bucal. Além disso, durante as outras funções orofaciais (sucção, mastigação, deglutição e fala) essas estruturas também precisam buscar posturas que permitam a manutenção da respiração e função ao mesmo tempo. Dessa forma, posturas adaptadas para a realização da respiração bucal desfavorecem o equilíbrio e desenvolvimento de todo o complexo orofacial.

Algumas características aparecem com frequência no respirador bucal, entre elas:
• Lábios entreabertos no repouso.
• Respiração ruidosa.
• Redução do olfato.
• Lábios ressecados.
• Olheira.
• Musculatura orofacial hipotônica.
• Face com diminuição da expressão.
• Alteração da oclusão dentária.
• Dificuldade para mastigar.
• Dificuldade para deglutir.
• Alterações na fala e voz.
• Sono agitado e entrecortado.
• Escape de saliva durante a realização de atividades ou ao dormir.
• Desconforto na garganta.
• Sensação de boca seca ao acordar.
• Narinas estreitas e subdesenvolvidas.
• Alterações na postura corporal.
• Desatenção.

O diagnóstico precoce é essencial para a prevenção da diversidade de alterações provocadas pela respiração bucal. Quando estas já se encontram instaladas, é necessário a atuação de uma equipe multiprofissional para que o equilíbrio orofacial seja restabelecido uma vez que podem trazer repercussões negativas para todo o organismo.
Caso observe alguma das características descritas, converse com o pediatra, ou procure o otorrinolaringologista, o cirurgião-dentista e/ou o fonoaudiólogo. Estes profissionais lidam diretamente com o tratamento do respirador bucal e saberão conduzir e trabalhar em equipe para o restabelecimento da respiração nasal bem como para o reequilíbrio do complexo orofacial.


Dra. Marla Oliveira-Sakamoto  –  CRFa 2-7985
Fonoaudiologia / Motricidade Orofacial / Voz
Clínica Villa Vita 
(11) 3832-1062/1063

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